segunda-feira, 25 de março de 2013

Como viver a Semana Santa?


Teve início, no Domingo de Ramos, a Semana Santa, com a entrada triunfal de Jesus na cidade de Jerusalém. Aí começa uma nova fase na história do povo de Israel, quando todos se voltam para a cena da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo.
A Semana Santa deve ser um tempo de recolhimento, de interiorização e de abertura do coração e da mente para o Deus da vida. Significa fazer uma parada para reflexão e reconstrução da espiritualidade, essencial para o equilíbrio emocional e segurança no caminho natural da história de vida com mais objetividade e firmeza.
As dificuldades encontradas não são fracasso nem caminho sem saída. Elas nos levam a firmar a esperança na luta por uma vida sem obstáculos intransponíveis. Foi o que aconteceu com Cristo, no trajeto da Paixão, culminando com Sua morte na cruz. Em todo esse caminho, Ele passou por diversos atos de humilhação.
A estrada da cruz foi uma perfeita reveladora da identidade de Jesus. Ele teve de enfrentar os atos de infidelidade e rebeldia do povo que estava sendo infiel ao projeto de Deus, inclusive sendo crucificado entre malfeitores. Jesus partilha da mesma sorte e dos mesmos sofrimentos dos assassinos e ladrões de sua época.
Jesus foi açoitado, esbofeteado, teve a barba arrancada, foi insultado e cuspido. O detalhe principal é que nenhum sofrimento O fez desistir de Sua missão nem ter atitude de vingança. Ele deixou claro que o perdão é mais forte do que a vingança.
Devemos aprender com Ele e olhar a vida de forma positiva, sabendo que seu destino é projetado para a eternidade em Deus.

Dom Paulo M. Peixoto - Arcebispo de Uberaba (MG)  

Adriana Pavoni
Ministério de Comunicação

segunda-feira, 18 de março de 2013

#caminhar #edificar #confessar


Esse é o momento da movimentação, da atitude, do #AGIR. A Campanha da Fraternidade não foi pensada para os jovens, mas sim sobre os jovens! Todos nós, paroquianos, padres, leigos, somos convidados a entrar nesse movimento coletivo para acolher a juventude e prover caminhos para o nosso protagonismo no seguimento de Jesus, na vivência na Igreja e na construção de uma sociedade fraterna.
Durante a homilia na missa com os cardeais na Capela Sistina, papa Francisco destacou três pontos que podem ser a base para esta vivência : Caminhar, edificar e confessar.
A primeira coisa que Deus disse a Abraão foi: "Caminha na minha presença e sê irrepreensível. A nossa vida é um caminho. Quando paramos, alguma coisa está errada. Caminhar sempre na presença do Senhor, na luz do Senhor, buscando viver com aquela irrepreensibilidade que Deus pede a Abraão na promessa", frisou o Papa.
Depois o Santo Padre prosseguiu com o edificar. "Edificar a Igreja, fala-se de pedras. As pedras têm consistência, mas pedras vivas, pedras ungidas pelo Espírito Santo. Edificar a Igreja, Esposa de Cristo, sobre a pedra angular que é o Senhor".
O terceiro ponto foi o confessar. "Nós podemos caminhar como queremos, podemos construir muitas coisas, mas se não confessamos Jesus Cristo, algo está errado. Tornamo-nos uma ONG piedosa, mas não a Igreja, Esposa do Senhor. Quando não se caminha, se para. Quando não se edifica sobre as pedras o que acontece? Sucede como acontece com as crianças na praia quando fazem castelos de areia, tudo desaba, pois não tem consistência", disse ainda.
"Caminhar, edificar-construir, confessar, não é tão fácil, porque no caminhar, no construir, no confessar muitas vezes existem abalados, há movimentos que não são movimentos próprios do caminho. São movimentos que nos puxam para traz", destacou papa Francisco.
A passagem do Evangelho proposta na liturgia prossegue com uma situação especial. O próprio Pedro que confessou Jesus Cristo lhe disse: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. Eu te seguirei, mas não falaremos de Cruz. Isso não tem nada a ver. Eu te seguirei com outras possibilidades, sem a Cruz".
"Quando caminhamos sem a Cruz, quando edificamos sem a Cruz e quando confessamos um Cristo sem a Cruz, não somos discípulos do Senhor: somos mundanos, somos bispos, sacerdotes, cardeais, papas, mas não discípulos do Senhor", frisou o pontífice.
"Eu gostaria que todos nós, depois desses dias de graça, tivéssemos a coragem de caminhar na presença do Senhor, com a Cruz do Senhor, de construir a Igreja no sangue do Senhor, derramado na Cruz, e confessar a única glória, Cristo Crucificado. E assim a Igreja caminhará para frente. Desejo a todos nós que o Espírito Santo, a oração de Maria, nossa Mãe, nos conceda esta graça: caminhar, edificar e confessar Jesus Cristo Crucificado", concluiu o Papa Francisco.
Ao viver este tempo, ao buscar se integrar com a CF, lembremos-nos das palavras do Papa, que guiam e iluminam no seguimento a Jesus Cristo, nosso Senhor.

Fonte: http://catecismojovem.blogspot.com.br/

Adriana Pavoni
Ministério de Comunicação

sexta-feira, 1 de março de 2013

O papa que sempre renunciou


Tenho 23 anos e ainda não entendo muitas coisas. E há muitas coisas que não se podem entender às 8 da manhã quando te dirigem a palavra para dizer com a maior simplicidade: "Daniel, o papa se demitiu". E eu de supetão respondi: "Demitiu?" A resposta era mais do que óbvia, "Quer dizer que renunciou, Daniel, o Papa renunciou!"
O Papa renunciou. Assim irão acordar inúmeros jornais da manhã, assim começará o dia para a maioria. Assim, de um instante para o outro, uns quantos perderão a fé e outros muitos fortalecerão a sua. Mas este negócio de o Papa renunciar é uma dessas coisas que não se entende.
Eu sou católico. Um entre tantos. Destes católicos que durante sua infância foi levado à Missa, depois cresceu e foi tomado pelo tédio. Foi então que, a uma certa altura, joguei fora todas as minhas crenças e levei a Igreja junto. Porém a Igreja não é para ser levada nem por mim, nem por ninguém (nem pelo Papa). Depois a uma certa altura de minha vida, voltei a ter gosto por meu lado espiritual (sabe como é, do mesmo jeito como se fica amarrado na menina que vai à Missa, e nos guias fantásticos que chamamos de padres), e, assim, de forma quase banal e simples, continuei por um caminho pelo qual hoje eu digo: sou católico. Um entre muitos, sim, porém, mesmo assim, católico. Porém, quer você seja um doutor em teologia ou um analfabeto em escrituras (destes como existem milhões por aí), o que todo mundo sabe é que o Papa é o Papa. Odiado, amado, objeto de zombaria e de orações, o Papa é o Papa, e o Papa morre como Papa.
Por isto, quando acordei com a notícia, como outros milhões de seres humanos, nos perguntamos: por que? 
Por que renuncias, senhor Ratzinger? 
Ficou com medo? 
Foi consumido pela idade? 
Perdeu a fé? 
Ganhou a fé? 
E hoje, depois de 12 horas, acho que encontrei a resposta: o Senhor Ratzinger renunciou, porque é o que ele fez a sua vida inteira.
É simples assim.
O Papa renunciou a uma vida normal. Renunciou a ter uma esposa. Renunciou a ter filhos. Renunciou a ganhar um salário. Renunciou à mediocridade. Renunciou às horas de sono, em troca de horas de estudo. Renunciou a ser um padre a mais, porém também renunciou a ser um padre especial. Renunciou a encher sua cabeça de Mozart, para enchê-la de teologia. Renunciou a chorar nos braços de seus pais. Renunciou a estar aposentado aos 85 anos, desfrutando de seus netos na comodidade de sua casa e no calor de uma lareira. Renunciou a desfrutar de seu país. Renunciou à comodidade de dias livres. Renunciou à vaidade. Renunciou a se defender contra os que o atacavam. Pois bem, para mim a coisa é óbvia: o Papa é um sujeito apegado à renúncia.
E hoje ele volta a demonstrá-lo. Um Papa que renuncia a seu pontificado, quando sabe que a Igreja não está em suas mãos, mas na de algo ou alguém maior, parece-me um Papa sábio. Ninguém é maior que a Igreja. Nem o Papa, nem os seus sacerdotes, nem seus leigos, nem os casos de pederastia, nem os casos de misericórdia. Ninguém é maior do que ela. Porém, ser Papa a esta altura da história, é um ato de heroísmo (destes que se realizam diariamente em meu país e ninguém os nota). Eu me lembro sem dúvida da história do primeiro Papa. Um tal... Pedro. Como foi que morreu? Sim, numa cruz, crucificado como o seu mestre, só que de cabeça para baixo.
Nos dias de hoje, Ratzinger se despede da mesma maneira. Crucificado pelos meios de comunicação, crucificado pela opinião pública e crucificado por seus próprios irmãos católicos. Crucificado à sombra de alguém mais carismático. Crucificado na humildade, essa que custa tanto entender. É um mártir contemporâneo, destes a respeito dos quais inventam histórias, destes que são caluniados, destes que são acusados, e não respondem. E quando responde, a única coisa que fazem é pedir perdão. "Peço perdão por minhas faltas". Nem mais, nem menos. Que coragem, que ser humano especial. Mesmo que eu fosse um mórmon, ateu, homossexual ou abortista, o fato de eu ver um sujeito de quem se diz tanta coisa, de quem tanta gente faz chacota e, mesmo assim, responde desta forma... este tipo de pessoas já não existe em nosso mundo.
Vivo em um mundo onde é divertido zombar do Papa, porém é pecado mortal fazer piada de um homossexual (para depois certamente ser tachado de bruto, intolerante, fascista, direitista e nazista). Vivo num mundo onde a hipocrisia alimenta as almas de todos nós. Onde podemos julgar um sujeito que, com 85 anos, quer o melhor para a Instituição que representa. Nós, porém, vamos com tudo contra ele porque, "com que direito ele renuncia?" Claro, porque no mundo NINGUÉM renuncia a nada. Como se ninguém tivesse preguiça de ir à escola. Como se ninguém tivesse preguiça de trabalhar. Como se vivesse num mundo em que todos os senhores de 85 anos estivessem ativos e trabalhando (e ainda por cima sem ganhar dinheiro) e ajudando a multidões. Pois é.
Pois agora eu sei, senhor Ratzinger, que vivo em um mundo que irá achá-lo muito estranho. Num mundo que não leu seus livros, nem suas encíclicas,porém que daqui a 50 anos ainda irá recordar como, com um gesto simples de humildade, um homem foi Papa e, quando viu que havia algo melhor no horizonte, decidiu afastar-se por amor à Igreja. Morra então tranquilo, senhor Ratzinger. Sem homenagens pomposas, sem corpo exibido em São Pedro, sem milhares chorando e esperando que a luz de seu quarto seja apagada. Morra então como viveu, embora fosse Papa: humilde.
Bento XVI, obrigado por suas renúncias.

Quero somente pedir minhas mais humildes desculpas se alguém se sentiu ofendido ou insultado com meu artigo. Considero a cada uma (mórmons, homossexuais, ateus e abortistas) como um irmão meu, nem mais nem menos. Sorriam, que vale a pena ser feliz.

Fonte: http://oehd.wordpress.com/2013/02/12/siempre-renuncias-benedicto/


Adriana Pavoni
Ministério de Comunicação