segunda-feira, 29 de outubro de 2012

O passado: lugar de gratidão


Olá Amado.
Iniciemos bem essa semana deixando pra trás aquilo que já não nos pertence mais. Que tem ocupado lugar em nossos corações.


Deus nos conhece e quer nos modelar a partir do que nós somos. Então encare sua história pessoal sem medo, em obediência à proposta do Papa João Paulo II, dê uma resposta efetiva. Em sua carta apostólica, "Novo Milênio Ineunte", o Papa nos recorda que é preciso: lembrar com gratidão o passado, viver com paixão o presente e abrir-nos com confiança e esperança ao futuro.
A nossa atitude com relação ao passado precisa ser de gratidão e louvor. Quantas vezes não rezamos com essa música que diz: “Não quero mais estar preso ao que já passou. Pois meu passado não é mais do que Aquele que me escolheu, para sentir e experimentar seu infinito Amor, que transformou a minha vida e me fez crer que nada é maior que Deus”. Não podemos mais estar presos ao que já passou, mas livres pela gratidão e louvor.
Façamos esse compromisso de deixar no coração do Pai e na cruz de Jesus o que já passou. Portanto, com relação ao passado, nada de lástimas, queixumes, murmurações, críticas, acusações, tais como: “Se não fosse fulano eu não teria feito”, buscando culpados ou culpando-se por situações que já fazem parte da história, já passaram. Ao invés disso, gratidão e louvor. Não fiquemos com complexo de culpa, inferioridade e incapacidade.
Olhemos com franqueza para nossos erros e quedas, e reconheçamos todo o aprendizado e crescimento que tivemos passando por eles. Cultivemos essa atitude no coração: gratidão e louvor. Deus conhece todas as coisas e nos diz: “Todo aquele que está em Cristo, é uma nova criatura. Passou o que era velho; eis que tudo se fez novo!” (2Cor 5, 17).
O Senhor tem o poder de fazer novas todas as coisas. Com relação ao nosso passado, sofrido, cheio de marcas, traumas, feridas, o caminho é Jesus. Ele quer e pode nos curar. Pelo seu Espírito, Ele pode nos renovar, restaurar, transformar. Não é suficiente nascer no Espírito, é de fundamental importância, andar, viver e crescer no Espírito.
Trecho do livro “O Caminho da Graça” de autoria de Eduardo Issa. Uma obra da Editora RCCBRASIL.

Tenha uma semana espetacular!

Adriana Pavoni
Ministério de Comunicação


sábado, 27 de outubro de 2012

A Importância do Louvor


A Igreja nos ensina que na eternidade em Deus nossa atividade será louvá-Lo, sem cessar. Citando santo Inácio de Loyola, o Catecismo sempre ensinou que este será o gozo da nossa alma. Na oração Sacerdotal , antes de sofrer a Paixão, Jesus orou assim: “A vida eterna consiste em que Te conheçam a Ti, um só Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo que enviaste.” (Jo 17,3). Então, a vida eterna consiste em “conhecer” e “louvar” a Deus.
Não é possível louvar a Deus sem conhecê-Lo. Mas este conhecimento de Deus não é apenas teológico, mas principalmente pela comunhão e participação de sua vida divina.
Ao contemplar a grandeza ou a beleza de suas obras, todas feitas para nós, com amor, sabedoria e perfeição, nosso coração exulta e nossos lábios cantam como o salmista. Os 150 Salmos são a expressão de um coração apaixonado pelo seu Deus, e que exprime em prosas, versos, canções, gritos e júbilos, toda a sua alegria e todo o seu amor ao Criador.Assim, o louvor é a expressão primeira e necessária de todo aquele que crê. O salmista quer que tudo e todos, sem cessar, em todo o tempo e lugar, cantem as glórias do Senhor. O último dos salmos expressa essa “explosão” de louvor:

“Louvai o Senhor em seu santuário,
Louvai em seu majestoso firmamento.
Louvai-o por suas obras maravilhosas,
Louvai-o por sua majestade infinita.
Louvai-o ao som da trombeta,
Louvai-o com a lira e a cítara.
Louvai-o com tímpanos e danças,
Louvai-o com a harpa e a flauta.
Louvai-o com símbolos sonoros,
Louvai-o com símbolos retumbantes.
Tudo o que respira louve o Senhor” (Sl 150).
É maravilhoso esse “tudo o que respira louve o Senhor”!

A Liturgia faz eco a essas palavras dizendo: “Na verdade, Vós sois santo, ó Deus do universo, e tudo o que criastes proclama o vosso louvor…” (Or. Eucarística III)
Deus, por sua onipotência, onisciência, onipresença, perfeição, majestade, eternidade,… tem direito de receber de todas as suas criaturas o louvor permanente, por uma razão muito simples, foi Ele quem as criou; isto é, as tirou do nada. Por isso dizia São Tomás que “quanto mais nos afastamos de Deus, mais nos aproximamos do nada.”
O louvor é, portanto, a necessidade da alma que reconhece a grandeza do seu Criador, e agradece as suas maravilhas.
Maria, a “serva do Senhor”, soube expressar muito bem esta realidade:
“Minha alma engrandece o Senhor, Meu espírito exulta de alegria em Deus meu salvador”.

Quando louvamos o Senhor, conscientemente, do fundo da alma, não apenas com os lábios, nossa alma sintoniza com Deus, e todas as suas faculdades são ordenadas, harmonizadas e pacificadas. Por isso, diz a Liturgia: “Na verdade, é justo e necessário, é nosso dever e salvação dar-Vos graças e bendizer-Vos, Senhor, Pai santo, fonte da verdade e da vida…” (Prefácio – o dia do Senhor).
Deus não precisa do nosso louvor, nós é que precisamos louvá-Lo, a fim de fazermos comunhão com Ele, e nos enriquecermos dos seus dons. É ainda a Liturgia que nos ensina que: “se louvar a Vós, nada acrescenta à Vossa Majestade, no entanto contribui para a nossa santidade…”. E ainda: “É justo e nos faz todos ser mais santos louvar a Vós, ó Pai, no mundo inteiro, de dia e de noite, agradecendo com Cristo…” (Or. Euc. V)
Como não podemos passar o dia em louvor, apenas com os lábios, por causa das atividades, Deus nos deu uma outra maneira de louvá-Lo: cumprindo bem a sua vontade em tudo o que devemos fazer. Assim, tudo será dirigido para a Sua glória. Podemos louvar a Deus com os lábios e com a vida. Santo Agostinho dizia: “Vou te dar um meio de louvar a Deus o dia inteiro, se o quiseres. Tudo o que fizeres, faze-o bem e terás louvado a Deus.
São Paulo nos ensina a fazer tudo com a reta intenção de louvar a Deus: “Quer comais, quer bebais, ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus”. (1Cor 10,31)
Isto deixa claro que não devemos louvar a Deus somente com palavras, mas também com a vida.
Esta é a mais bela maneira de louvar a Deus: cumprir bem a sua vontade. “Fazer o que Deus quer, e querer o que Deus faz”, dizia Santo Afonso de Ligório.
Jesus disse: “Brilhe vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem vosso Pai que está nos céus.” (Mt 5, 16)
Portanto, o Pai é glorificado quando os outros observam as nossas “boas obras”, e não apenas nosso louvor oral.
De nada vale louvar a Deus com os lábios e ser um preguiçoso, relapso nos serviços do seu estado, ou displicente na sua profissão. Pouco vale louvar a Deus com os lábios se não o louvar com a vida. Por isso dizia o grande santo Agostinho: “Canta com os lábios, canta com o coração, canta com a vida.”
Quando Jesus terminou sua missão, antes de sofrer a Paixão, disse ao Pai: “Eu te glorifiquei na terra. Terminei a obra que me deste para fazer.” (Jo 17,4)

Prof. Felipe Aquino

Adriana Pavoni
Ministério de Comunicação

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Ser Misericordioso

“… Sede misericordiosos, como também o vosso Pai é misericordioso. Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados. Dai e vos será dado. Uma boa medida, calcada, sacudida, transbordante será posta no vosso colo; porque com a mesma medida com que medirdes os outros, vós também sereis medidos”. ( Lucas 6,27-38)

     Saímos de ti meu Deus e para ti voltaremos. Temos um sopro de vida que nos incentiva, nos impele para o bem. Somos suficientemente maduros a optar por uma atitude melhor. Se tenho meios, condições de tornar a vida do meu próximo melhor e mais feliz, por que não agir neste sentido?
     O Senhor não quer que sejamos mesquinhos, mas que olhemos as necessidades do nosso próximo e assim partilhemos o que temos de melhor. Aprendi com Monsenhor Jonas que o melhor é para meu irmão. A caridade cobre uma multidão de pecados, e essa caridade passa pelo  pensar, querer e falar o bem de todos. Quando julgo e acuso   não estou sendo caridoso.  Jesus fala que faz mal, aquilo que sai da boca, de dentro do coração do homem, e que a língua leva muitos a perdição. O próprio Senhor nos exorta a não semearmos ervas amargas , mas que, nossas palavras semeiem no coração de quem ouve  frutos bons. Se é o Espírito Santo que está dentro de nós e nos conduz, então tenhamos a disposição de agir como Deus quer e não como “o diabo gosta.” Não sejamos brinquedos nas mão do acusador dos filhos de Deus. Como filhos que somos, de um Deus amoroso e rico em misericórdia, assim também possamos imitar o nosso Pai, que faz nascer o sol sobre justos e injustos. Que o Espírito Santo nos dê força para sermos melhores.
     Assim rezamos: “Eu te louvo Senhor pela tua bondade e misericórdia! Meu Deus, meu pai sabes que preciso ser melhor. Por isso banha-me com a água viva que sai do vosso coração, purifica-me de todo mal, toda inveja, toda autosuficiencia. Liberta-me dos meu julgamentos, dos pensamentos maldosos, de toda trama contra o meu próximo. Tira o orgulho do meu coração e com a vossa mão me encha da vossa paz. Faz o meu coração semelhante ao vosso coração. Converte-me Senhor para que não me perca em mim mesmo. Que a minha boca proclame o vosso louvor agora e sempre. Cura os nossos corações amargurados e decepcionados Jesus. Sei que tudo podes meu Deus, nada pra te é impossível!”

Maria Andrea
Comunidade Canção Nova

Adriana Pavoni
Ministério de Comunicação

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Pai nosso que estais nos céus!


Hoje ousamos fazer para Jesus o mesmo pedido: “Senhor, nos ensine a orar, como João ensinou os discípulos dele!” E ficamos à espera de que Ele sussurre aos ouvidos do nosso coração as mesmas palavras daquele dia: “Quando rezardes dizei: Pai nosso”.
“Pai nosso que estais nos céus”. Nas religiões antigas não era muito habitual dirigir-se a Deus como Pai. Mas, no Antigo Testamento, Deus era invocado com esse título, dada a Sua relação especial com Israel, salvo da escravidão e protegido com evidentes sinais de intervenções divinas. Jesus é o Filho de Deus. Aqueles que O seguem participam dessa filiação divina. Por isso, O podem chamar Pai, “abbá”, ou seja, papá, paizinho, pai querido.
“Santificado seja o vosso nome”. Na linguagem bíblica, o nome é a pessoa. Invocar o nome de Deus é invocar a Deus. Se Deus é o Santo por excelência, que significa pedir que seja santificado? Significa pedir que se manifeste, se dê a conhecer e cumpra as Suas promessas. Significa também pedir que a nossa vida cristã coerente leve outros à fé. Uma vida cristã incoerente pode levar à blasfêmia do nome de Deus.
“Venha a nós o vosso Reino”. O Reino ou reinado de Deus significa a nova ordem ou estado das coisas, na qual a Sua soberania é reconhecida e aceita. Este Reino é atualidade e presença, a partir da presença de Jesus. Mas pede-se o seu reconhecimento no presente, e a sua plena revelação no futuro.
“O pão nosso de cada dia nos dai hoje”. Pede-se a Deus poder para satisfazer as necessidades de cada dia e, provavelmente, o pão que é o próprio Cristo assimilado pela fé, o Pão da Eucaristia.
“Perdoai-nos as nossas faltas”. Todos temos faltas para com Deus, isto é, culpas ou pecados. Uma que vivemos sob a Sua graça e não lhe somos sempre fiéis. Mas o perdão que pedimos é condicionado pelo perdão que concedemos, ou não, aos nossos devedores.
“Não nos deixeis cair em tentação”. Aqui, “tentação” significa provação. Seremos julgados tendo em conta as nossas reações às provações da nossa vida.
“Livrai-nos do mal”. Há duas formas de traduzir esta petição: livrai-nos do mal ou livrai-nos do Maligno. Nos tempos de Jesus, considerava-se que o Maligno, o demônio, estava por detrás de qualquer mal. Hoje não se pensa assim. Mas o confronto com o demônio é algo que faz parte da nossa experiência.
O ensinamento de Jesus é de rezar bem e sempre. A Bíblia nos diz: “Quem pede com persistência recebe; quem bate com insistência, abrir-se-lhe-á a porta; rezai para não cairdes em tentação; buscai em primeiro lugar o Reino dos Céus e a sua justiça e o resto vos será dado por acréscimo”.
O “Pai Nosso” é a oração de Jesus. Rezá-lo é comungar na oração do nosso Salvador. A oração do Filho tornou-se a oração dos filhos. Há que reaprender a rezá-lo com a emoção com que o rezam os recém-batizados nos primeiros tempos da Igreja. Há que rezá-lo, quanto isso é possível, com a emoção e o afeto com que o rezava o Filho de Deus feito homem.
Jesus nos ensina que – no nosso diálogo com o Pai – podemos enfrentar muitas tentações e que o silêncio de Deus pode nos parecer distante até o ponto de levantar os olhos e gritar:“Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” ou “Se for possível afasta de mim este cálice!” Mas não podemos desfalecer. Em tudo devemos gritar: “Pai nosso que estais nos céus!”
Padre Bantu Mendonça