Se a Trindade é amor, para ser cristão precisamos escolher pelo amor, sempre!
Trindade é amor e sem Trindade o cristianismo não teria
fundamento. Isto é o que explicou o Padre Raniero Cantalamessa na sua segunda
pregação da Quaresma. O Pregador da Casa Pontifícia fez referência a São Gregório
Nazianzeno (329 – 390 aprox.), bispo de Constantinopla, Doutor e Padre da
Igreja, mais conhecido como “o cantor da Trindade”.
Como escreveu
João no Evangelho “Deus é amor” (1 Jo 4,10) e Santo Agostinho acrescentou: “Por
isso, ele é Trindade!”porque “o amor supõe alguém que ama, alguém que é amado,
e o próprio amor”.
Padre
Cantalamessa disse que “O Pai é, na Trindade, aquele que ama, a fonte e o
princípio de tudo; o Filho é aquele que é amado; o Espírito Santo é o amor com
o qual se amam.”
Os pensadores
gregos e, no geral, as filosofias religiosas de todos os tempos, concebem a
Deus principalmente como “pensamento”, ou seja, Deus que pensava a si mesmo
“pensamento puro”, “pensamento do pensamento”.
Mas isto –
acrescentou o Pregador – não é mais possível, desde o momento no qual dizemos
que Deus é antes de tudo amor, porque o puro amor de si mesmo seria puro
egoísmo, que não é a exaltação máxima do amor, mas a sua total negação.
Assim como –
disse o padre Cantalamessa – um Deus que
fosse puro Conhecimento ou pura Lei, ou puro Poder não teria nenhuma
necessidade de ser Trino; mas um Deus que é acima de tudo Amor sim, porque em
menos do que dois não pode ter amor.
“É preciso –
escreveu o cardeal francês Henri Marie de Lubac – que o mundo saiba: a
revelação do Deus amor transforma toda aquela concepção que ele tinha da
divindade”.
De acordo com
o pregador da Casa Pontifícia, a Trindade está tão mergulhada na
teologia, na liturgia, na espiritualidade e em toda a vida cristã que renunciar
a ela significaria começar outra religião, completamente diferente.
Por esta
razão seria necessário “tirar este mistério dos livros de teologia e colocar na
vida, de modo que a Trindade não seja só um mistério estudado e devidamente
formulado, mas vivido, adorado e gozado”.
A vida cristã de fato
se desenvolve do começo ao fim, no sinal e na presença da Trindade.
Na aurora da
vida, fomos batizados “em nome do Pai e do Filho, do Espírito Santo”, e no
final de nossas vidas como cristãos, são recitadas as palavras: “Parte, alma
cristã, deste mundo: em nome do Pai que te criou, do Filho que te redimiu e do
Espírito Santo que te santificou”.
“Em nome do
Pai, do Filho e do Espírito Santo, os esposos se unem no Matrimônio e colocam
um no outro a aliança e os sacerdotes e os bispos são consagrados”, no nome da
Trindade começavam certa vez os contratos, os julgamentos e todo ato importante
da vida civil e religiosa.
Padre
Cantalamessa concluiu a segunda pregação da Quaresma lembrando que a doxologia
que conclui o cânon da Missa constitui a mais breve e a mais densa oração
trinitária da Igreja: “Por Cristo, com Cristo, em Cristo, a Vós, Deus Pai
Todo-Poderoso, na unidade do Espírito Santo, toda a honra e toda a glória,
agora e para sempre. Amém”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário