quinta-feira, 26 de abril de 2012

Sexo: Na visão cristã, ele não é como hoje muitos querem fazer crer



Há, felizmente, mais de 600 sites católicos na Internet e grande é a oportunidade para se responder às inúmeras questões sobre a religião, filosofia e história. 
Por outro lado, percebe-se um profundo desconhecimento da Bíblia Sagrada, pois algumas questões, se o Livro Santo fosse lido, relido, estudado, não seriam colocadas. Uma delas é onde está escrito, na Bíblia, que não se pode usar o sexo fora do casamento. Esquecem-se de que os mandamentos dados pelo próprio Deus a Moisés são a vereda da libertação. Entre eles estão o sexto e o nono mandamentos: 'Não pecar contra a castidade' e 'Não desejar a mulher do próximo' (cf. Ex 20,2-17; Deut 5,6-21). 

Jesus, em inúmeras passagens de Sua pregação, urgiu o cumprimento destes preceitos; é só ler com atenção o Evangelho. Isto foi muito bem entendido, tanto que diz São Paulo: 'Nem os impudicos, nem idólatras, nem adúlteros, nem depravados, nem de costumes infames, nem ladrões, nem cobiçosos, como também beberrões, difamadores ou gananciosos terão por herança o Reino de Deus (lCor 6,9; Rom 1l,24-27). O Apóstolo condena a prostituição (1Cor 6,13ss, 10,8; 2Cor 12,21; Col 3,5). É preciso, de fato, sempre evitar os desvarios da carne. O corpo do cristão, criado pelo Ser Supremo e informado por uma alma espiritual, é santificado, consagrado ao Senhor pelos sacramentos, sobretudo, pelo batismo, confirmação e sagrada comunhão. 

O batizado é membro do corpo místico de Cristo, pois o corpo é santuário de Deus que habita nele pela graça batismal. Cumpre, então, ao discípulo de Jesus conservar o seu corpo em pureza e santidade. O corpo humano é, realmente, uma das obras mais extraordinárias de Deus. Nele, tudo é bom e valioso. Nele, não existe nada que seja desprezível ou pecaminoso. Além de todas as maravilhas que encantam os cientistas, este corpo é, de fato, o Templo do Espírito Santo (1Cor 3,16s; 2Cor 6,16). Cristo foi claro: 'Se alguém me ama, meu Pai o amará. Viremos a Ele e faremos n'Ele nossa morada' (Jo 14,23). 

Ora, guardar castidade significa fazer um reto uso das faculdades sexuais que Deus colocou no nosso corpo. A castidade é uma atitude correta diante do sexo, ou seja, conservar e usar as forças do sexo dentro do plano de Deus. Para isto é mister perceber qual é o sentido profundo e valor exato da sexualidade. Deus preceituou que o homem deixaria o pai e a mãe e se uniria à sua mulher, formando uma só carne (Gên 2,24). Ele havia dito: 'Não é bom que o homem esteja só, far-lhe-ei uma auxiliar igual a ele (Gen. 2,18). O Criador abençoou Noé e seus filhos e lhes ordenou: 'Sede fecundos, multiplicai, enchei a terra'(Gên. 9,1). 

O sexo está destinado, portanto, à união e ao crescimento no amor, possibilitando a criação de uma nova vida humana. Na visão cristã, o sexo não é como hoje muitos querem fazer crer, algo que se possa usar fora dos planos divinos. Ele foi feito para o matrimônio e o matrimônio foi elevado à sua prístina dignidade por Jesus Cristo, como está claríssimo no Evangelho (Mt 5,32).

Jesus proclamou: 'Bem-aventurados os puros, porque eles verão a Deus'. Muitos, felizmente, são os jovens que, imbuídos do Espírito Santo, se conservam puros até o dia do casamento, apesar de toda esta onda de erotismo que envolve, infelizmente, o mundo de hoje.




Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com

Prof. Felipe Aquino, casado, 5 filhos, doutor em Física pela UNESP. É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II. Participa de aprofundamentos no país e no exterior, escreveu mais de 60 livros e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: "Escola da Fé" e "Trocando Idéias".

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