quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Precisamos consagrar nossa casa a Nossa Senhora


No sonho de Dom Bosco, o Papa fazia com que a barca da Igreja chegasse entre as duas colunas: Maria e a Eucaristia. É preciso consagrar a nossa família e a nossa casa àqueles que são os seus verdadeiros donos. Se você ainda não deu a eles o direito de serem os donos do seu lar, está na hora de fazê-lo! Se as coisas andam erradas, certamente é porque você ainda insiste em ser o dono da sua casa. Quem somos nós para solucionar alguma coisa!

É preciso dar a Nossa Senhora a chave da nossa casa, e fazer com que ela seja a dona. Precisamos consagrar a nossa casa a ela. Não precisa ficar com medo! A primeira coisa que a Virgem Maria vai fazer quando você a constituir dona da sua casa é entronizar Jesus nela. "Entronizar" quer dizer "colocar no trono". Ela vai sentar-se no trono da sua casa e ficará ao lado de Jesus, humilde, olhando para Ele, para nós, para a nossa casa, apontando para Jesus, apresentando-Lhe nossos problemas e as dificuldades. 

Há quem diga que estamos idolatrando Nossa Senhora. Não se trata de idolatria. Ela é dona e rainha mesmo, mas sabe qual é o lugar dela. Ela não vai tirar o lugar de Cristo. Ao contrário, irá devolver a Jesus o lugar que Ele não está tendo em nossa casa. Está na hora de consagrar a nossa casa a Virgem Maria. Tenha certeza de que, consagrando-a a ela, a nossa casa será consagrada a Jesus, o Senhor.

Deus o abençoe!
Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

Faça isso neste natal, consagre sua casa a Nossa Senhora e veja Jesus Cristo nascendo dentro de sua família!
FELIZ NATAL!

Com carinho e orações,
Ministério de Comunicação Social
Grupo de Oração Amigos Pela Fé

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Como receber o repouso no Espírito

De uma maneira geral, pode dizer-se que uma pessoa que está habitualmente aberta às inspirações do Espírito Santo, esteja ou não avançada na vida espiritual, está mais disposta ao repouso no Espírito. Pode notar-se, contudo, uma diferença: é que a pessoa avançada continuará tranquila e sossegada, enquanto que a outra estará sujeita à emoção.
Se o repouso no Espírito não se produz, a pessoa poderá, até mesmo, ser santa e habituada à influência do Espírito. De qualquer maneira, é preciso evitar fazer um julgamento geral sobre as pessoas que recebem o repouso no Espírito e as que não recebem. Mas, em poucas palavras, pode dizer-se que apenas não se recebe o repouso no Espírito porque se resiste, recusando-o, ou então porque se está habituado à ação do Espírito em si próprio.
Por outro lado, o repouso no Espírito sobrevém, a maior parte das vezes, na oração. Pode tratar-se de um grupo de pessoas, mais ou menos considerável, reunido para uma oração comum, seja litúrgica, seja carismática; mas uma ocasião muito favorável é a celebração eucarística, especialmente depois da santa comunhão. Quanto mais a atmosfera está impregnada de oração, mais o repouso no Espírito se manifesta, por vezes mesmo sem as que as pessoas sejam tocadas por outras. A oração de louvor é uma causa particularmente eficaz do repouso no Espírito. Este repouso também se produz, muitas vezes, a seguir a um ministério de pregação, confinante a orações de cura. Convém assegurar um clima tranquilo na assembleia e evitar a exaltação da assistência e toda a procura de espetáculo.

Pe. O. Melançon, CSC

Queridos amigos, hoje terminamos nossa formação sobre repouso.
Esperamos ter ajudado na sua formação de fé.
Que Deus abençoe e Maria te proteja!
Com carinho e orações,
Ministério de Comunicação Social
Grupo de Oração Amigos Pela Fé


sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Repouso no Espírito e incapacidade corporal


Queridos irmãos e irmãs,

hoje partilhamos a sequencia da formação sobre o repouso no Espírito Santo.

Bom aprendizado!
Com carinho e orações,
Ministério de Comunicação Social
Grupo de Oração Amigos Pela Fé



O repouso no Espírito traduz-se, habitualmente, por uma incapacidade corporal. A pessoa começa por vacilar, para finalmente cair suavemente para trás; a energia física desvanece-se. A pessoa está como que ofuscada pela intensidade da presença interior do Espírito Santo. Há, então, incapacidade de adaptar o psiquismo e os sentidos a uma experiência espiritual tão intensa.

Em termos técnicos, pode dizer-se que, no decurso do repouso no Espírito, só o "Pneuma" se liberta para se "aquecer" no seio do Pai, enquanto que a "psique" está como que ligada desde que se deu a "invasão" do corpo pelo Espírito Santo. Enquanto a pessoa "repousa" no chão, parece estar num meio-sono, banhada numa grande paz. Terá, por vezes, a impressão de estar como num outro mundo, ou ainda, como do lado de fora do seu corpo. Saboreia uma grande alegria interior, um amor de Deus muito intenso, a que se junta por vezes uma cura física ou interior, ou opera-se uma conversão profunda. O repouso no Espírito dá, frequentemente, forças novas ao corpo e ao espírito, tal como o sono natural regenera as forças corporais. O repouso no Espírito é uma inibição reparadora.

Quanto à duração, vai de alguns segundos até algumas horas. Quanto mais tempo dura, mais a influência divina é susceptível de ser profunda. A maior parte das pessoas deseja não ser incomodada, a fim de saborear esta presença invulgar de Deus.
Pe. O. Melançon, CSC

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Repouso e Batismo no Espírito


Postamos hoje a terceira parte da formação sobre Repouso.
Boa leitura!
Fique à vontade para tirar suas dúvidas.
Que Deus abençoe!

Com carinho e orações,
Ministério de Comunicação Social
Grupo de Oração Amigos Pela Fé
 

O repouso no Espírito resulta, portanto, de uma nova efusão do Espírito Santo, mas de um gênero diferente da que o Batismo no Espírito provoca. Com efeito, a experiência espiritual do repouso no Espírito parece realizar-se, sobretudo, ao nível da inteligência. Pelo contrário, o Batismo no Espírito verifica-se, em especial, ao nível da afetividade.
O repouso no Espírito desenvolve consideravelmente a acuidade intelectual, no sentido em que a atenção é mais levada para a experiência atual da intimidade divina. A consciência é amplificada, mas é desviada das realidades exteriores e é mais centrada na realidade sobrenatural. Por outro lado, os limites pessoais podem, também, tornarem-se mais manifestos. Há, portanto, um engrandecimento da lucidez interior sobre Deus e sobre si próprio.
O repouso no Espírito é um arrebatamento que interrompe o conhecimento que se pode adquirir por si próprio. O Espírito Santo não faz, portanto, um vazio na inteligência, mas suspende temporariamente a sua atividade, fixando-a em Deus. É isto que se chama, em teologia mística, a "ligação das faculdades".
Tudo o que a alma conhece pelas suas próprias forças não é nada, em comparação com os conhecimentos abundantes e rápidos que lhe são comunicados durante os arrebatamentos. O repouso no Espírito é frequentemente acompanhado de luzes especiais e novas, que se dirigem para Deus, para o Cristo, para a sua misericórdia, para o valor da vida cristã, para os pecados, para os defeitos, os insucessos, etc. Estas luzes não acontecem sempre explicitamente durante o repouso no Espírito, mas a sua compreensão desenvolve-se ao longo das horas ou dos dias que se seguem à experiência.
Durante os arrebatamentos e, portanto, durante o repouso no Espírito, Deus revela segredos de ordem sobrenatural; habitualmente, sente-se que a inteligência cresce que há um aumento das faculdades superiores. Acodem ao espírito ideias profundas, mas é impossível explicá-las com detalhe e com precisão. Isto advém do fato não de que a inteligência estivesse como que adormecida, mas de que foi elevada a verdades que ultrapassam a capacidade do espírito humano.
Enquanto a inteligência conhece uma dilatação prodigiosa, a atividade da imaginação está suspensa durante os períodos culminantes. Quanto mais a luz é forte, mais a alma se sente encandeada, cega. Por outro lado, se ficarmos somente pelas aparências, o repouso no Espírito pode apresentar algumas semelhanças com os estados parapsicológicos, como os estados hipnóticos, histéricos, mediúnicos, magnéticos, letárgicos, cataléticos... Contudo, a semelhança é apenas exterior; apresentam-se somente nos fenómenos corporais, que têm relativamente pouca importância no repouso no Espírito. Quanto à sugestibilidade, pode, por vezes, contribuir para provocar o repouso no Espírito; contudo, não se deve exagerar a sua importância. De qualquer maneira, é impossível que a sugestão, por si própria, possa provocar uma reação tão violenta e tão súbita como o repouso no Espírito.
Pe. O. Melançon, CSC

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Repouso no Espírito e Missão Divina

Hoje continuamos nossa formação sobre repouso no Espírito Santo.
Leia e comente.
Tem alguma dúvida sobre o assunto?

Com carinho e orações,
Ministério de Comunicação Social
Grupo de Oração Amigos Pela Fé


O repouso no Espírito supõe uma nova efusão do Espírito Santo ou, mais precisamente, como se chama em teologia, uma nova missão deste Espírito Divino. Lembremos que as Missões Divinas, quer dizer, o envio das Pessoas do Filho e do Espírito Santo, podem ser visíveis ou invisíveis. Estas últimas constituem as principais modalidades da ação santificadora da Trindade Santa nas nossas almas.
Quanto ao repouso no Espírito, não é uma nova vinda da Pessoa do Espírito Santo, já recebida no Batismo; pelo contrário, consiste numa nova efusão das suas graças e das suas manifestações. Esta nova efusão do Espírito Santo realiza, então, uma renovação real da relação da pessoa com o Espírito Santo que já a habita e uma experiência de Deus mais íntima, que se abre num conhecimento amoroso mais ardente.
O repouso no Espírito é, portanto, o efeito de uma missão divina, porque comporta o progresso na vida espiritual e porque constitui um novo estado de graça santificante.
Pe. O. Melançon, CSC

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Repouso no Espírito e Renovação Carismática

Queridos irmãos e irmãs,

vamos partilhar durante essa semana formações sobre o repouso no Espírito Santo. É muito importante lermos com atenção para obtermos o verdadeiro conhecimento. 
Amanhã o post será sobre: Repouso no Espírito e Missão Divina.

Boa leitura!
Com carinho e orações,
Ministério de Comunicação Social
Grupo de Oração Amigos Pela Fé


Na Renovação Carismática, encontram-se várias manifestações do poder do Espírito Santo, que de início espantaram grandemente, mas que são agora mais facilmente admitidas como autênticas; é assim com o dom das línguas, das curas, a Efusão do Espírito, a imposição das mãos.
Mas há um fenômeno sobrenatural menos conhecido, que se torna cada vez mais frequente na Renovação Carismática: é o repouso no Espírito. Depois de um estudo atento sobressai, sem equívoco possível, que esta experiência encontra o seu fundamento na teologia.
Com efeito, o repouso no Espírito reveste-se das características do arrebatamento (que é uma espécie de êxtase) salvo na sua causa imediata, que é o pedido feito a Deus, numa oração apropriada.
Convém lembrar que se encontra uma situação semelhante no Batismo do Espírito. Com efeito, este favor espiritual era normalmente concedido àqueles que faziam progressos notáveis na vida espiritual, enquanto que agora é recebido até pelos pecadores, por vezes de um modo instantâneo, na sequência de uma oração feita por outros para esse fim. É assim, também, para o repouso no Espírito. Outrora, apenas se encontrava (pelo menos na maior parte das vezes) nas pessoas avançadas na vida espiritual; pelo contrário, nos nossos dias, a oração ao Espírito Santo obtém-no até para os pecadores.
Como é um arrebatamento, o repouso no Espírito é da mesma família da ordem extática, mas não arrasta consigo a santificação da pessoa em alguns instantes. Esta experiência mística é destinada a favorecer uma vida cristã mais fervorosa ou uma conversão do coração.
Habitualmente, o arrebatamento verifica-se em pessoas avançadas na vida espiritual, ou, como dizia Santa Teresa d'Ávila, que atingiram as sextas moradas do castelo interior. Não se chega, portanto, de um pulo, ao período do êxtase ou do arrebatamento; em geral este é precedido de uma série de etapas de contemplação infusa, das quais a menos elevada é chamada por Santa Teresa d'Ávila "oração de contemplação".
Lembremo-nos de que há três graus no êxtase:
1) O êxtase simples, quando este se produz lentamente, ou se não é muito forte;
2) O deslumbramento, quando o êxtase é súbito e violento;
3) O voo do espírito, quando, como diz Santa Teresa d'Ávila, "age de tal maneira que o espírito parece verdadeiramente sair do corpo".
Ora, as características do deslumbramento encontram-se no repouso no Espírito, salvo, evidentemente, o grau avançado de vida espiritual. Com efeito, acontece que Deus concede tal experiência espiritual a pessoas de virtude vulgar, ou aos principiantes na vida espiritual, a fim de atraí-los a Si.
O repouso no Espírito resulta, mais frequentemente, da imposição das mãos, ou pelo menos de um toque da mão na cabeça, embora esse gesto não seja sempre necessário. A pessoa começa a vacilar, para finalmente cair devagarinho para trás. Esta queda é causada por uma graça tão poderosa do Espírito Santo que o corpo já não pode suportá-la e, então, as suas forças abandonam-no. Contudo, é preciso esclarecer que a queda não é obrigatória e não condiciona, necessariamente, a recepção da graça. Por outro lado, aqueles que não "caem" são afetados por uma vertigem não desagradável, tremuras ou pernas debilitadas, mas estas manifestações físicas são impregnadas de doçura e de paz. A sensação interior de repouso no Espírito parece existir também nas pessoas que não caem.
Pe. O. Melançon, CSC

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Cada um com sua tarefa

Olá irmãos!
No último domingo iniciamos nossa preparação para o Natal. O Senhor nos faz forte apelo à vigilância, para estarmos acordados e atentos, pois Ele vem vindo e nos visitará. Abrimos nossa mente e coração para acolher a graça e a paz que vêm de Deus.
Cada um com sua tarefa
Na vida cotidiana, com frequência nos encontramos em situações em que devemos esperar. Foram criadas até as salas de espera. A espera pode constituir uma prova para nossa paciência, um teste para nossos nervos.
No evangelho, a espera é apresentada como vigilância, a atenção que devemos dar à vinda do Senhor e aos apelos que a comunidade e a sociedade nos fazem em vista da construção do reino de Deus. Assim como na sociedade, na comunidade são distribuídas as várias funções. A vigilância consiste justamente em assumir com empenho o que foi confiado a cada um. É o novo modo de seguir Jesus em sua ausência física.
Como devemos esperar a vinda de Cristo? Certamente não sentados na sala de espera. Ao contrário, devemos crescer, combater os males, viver em atividade e em solidariedade. Tudo isso não deve ser motivo de aborrecimento e de tédio, mas tempo de alegria e otimismo.
No Advento – tempo repleto de significado, cujo ponto alto é o Natal de Jesus –, nossa atitude deve ser a de abandonar-nos a Deus, pôr nossa vida a serviço, colaborando com seu projeto, superar tudo o que é supérfluo e ultrapassado e estar abertos à novidade que o evangelho nos traz. O cristão vigilante está atento aos sinais dos tempos, a tudo que acontece em sua volta, e percebe os sinais de uma nova humanidade, cooperando para que ela surja de fato.
Até quando devemos esperar a vinda de Cristo? O evangelho de hoje responde que não sabemos o momento – mesmo porque não é tão importante conhecê-lo. O importante de verdade – nas “noites de dúvida, de silêncio de Deus e de tristeza” – é ter paciência e confiar no surgimento da aurora de um novo dia, mais bonito e feliz. Sem esquecer que nossa oração também é importante, pois vigilância e oração devem estar sempre de mãos dadas, caminhar juntas, principalmente quando estamos cercados de fatos contrários à novidade trazida por Jesus. A oração é o melhor remédio contra a sonolência e a indiferença e nos ajuda a discernir a hora de Deus na vida pessoal e comunitária.
Pe. Nilo Luza, ssp
 
Com carinho e orações,
Ministério de Comunicação Social
Grupo de Oração Amigos Pela Fé

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Escutatória, a arte de ouvir


Queridos amigos,
uma reflexão de amadurecimento para todos nós! A arte de saber ouvir e de saber silenciar! Como nos faz bem as palavras sábias de Rubem Alves! Cresçamos com elas!


Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória.  ninguém vai se matricular. Todo mundo quer aprender a falar... Ninguém quer aprender a ouvir. 
Pensei em oferecer um curso de escutatória, mas acho que Escutar é complicado e sutil. 
Diz Alberto Caeiro que... Não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. 
É preciso também não ter filosofia nenhuma. Filosofia é um monte de ideias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas. 
Para ver, é preciso que a cabeça esteja vazia. 
Parafraseio o Alberto Caeiro: 
Não é bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito. 
É preciso também que haja silêncio dentro da alma. 
Daí a dificuldade: 
A gente não aguenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor... Sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer. 
Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração... 
E precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor. 
Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil de nossa arrogância e vaidade. 
No fundo, somos os mais bonitos... 
Tenho um velho amigo, Jovelino, que se mudou para os Estados Unidos estimulado pela revolução de 64. 
Contou-me de sua experiência com os índios: Reunidos os participantes, ninguém fala. 
Há um longo, longo silêncio. 
Vejam a semelhança... 
Os pianistas, por exemplo, antes de iniciar o concerto, diante do piano ficam assentados em silêncio... 
Abrindo vazios de silêncio... Expulsando todas as ideias estranhas. 
Todos em silêncio, à espera do pensamento essencial. Aí, de repente, alguém fala. 
Curto. Todos ouvem. Terminada a fala, novo silêncio. 
Falar logo em seguida seria um grande desrespeito, pois o outro falou os seus pensamentos... 
Pensamentos que ele julgava essenciais. 
São-me estranhos. É preciso tempo para entender o que o outro falou. 
Se eu falar logo a seguir... São duas as possibilidades. 
Primeira: Fiquei em silêncio só por delicadeza. 
Na verdade, não ouvi o que você falou. 
Enquanto você falava, eu pensava nas coisas que iria falar quando você terminasse sua (tola) fala.
Falo como se você não tivesse falado. 
Segunda: Ouvi o que você falou. Mas, isso que você falou como novidade eu já pensei há muito tempo. 
É coisa velha para mim. Tanto que nem preciso pensar sobre o que você falou.
Em ambos os casos, estou chamando o outro de tolo. O que é pior que uma bofetada. 
O longo silêncio quer dizer: Estou ponderando cuidadosamente tudo aquilo que você falou. 
E, assim vai a reunião. 
Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro.  Ausência de pensamentos. 
E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia. 
Eu comecei a ouvir. 
Fernando Pessoa conhecia a experiência... 
E, se referia a algo que se ouve nos interstícios das palavras... No lugar onde não há palavras. 
A música acontece no silêncio. A alma é uma catedral submersa. No fundo do mar - quem faz mergulho sabe - a boca fica fechada. Somos todos olhos e ouvidos. 
Aí, livres dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia, ouvimos a melodia que não havia... 
Que de tão linda nos faz chorar. 
Para mim, Deus é isto: A beleza que se ouve no silêncio. 
Daí a importância de saber ouvir os outros: A beleza mora lá também...
Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto.

Nossa Senhora do Silêncio, Rogai por nós!
Com carinho e orações,
Ministério de Comunicação Social
Grupo de Oração Amigos Pela Fé